Mau hálito: a culpa não é do estômago
Na maioria dos casos, o mau hálito, ou halitose, tem origem na própria língua, órgão revestido por papilas que conduzem informações ao cérebro com o intuito de reconhecer o sabor dos alimentos. Entre as papilas há pequenas criptas onde se acumulam restos de alimentos e células que descamam do epitélio lingual.
Esse depósito serve de meio de cultura para bactérias que, quando fermentam, liberam substâncias ricas em enxofre, provocando mau hálito. Por isso, é comum termos mau hálito quando acordamos. Durante a noite, há menor produção de saliva e, portanto, maior liberação de enxofre. O mesmo fenômeno ocorre quando passamos muito tempo sem comer, pois o atrito da língua com o palato e o aumento da salivação que ocorrem durante as refeições ajudam a remover os resíduos existentes nas papilas gustativas e as bactérias responsáveis pela fermentação.
No entanto, a halitose deve ser sempre investigada, pois há uma pequena parcela dos casos que pode estar associada a doenças sistêmicas, como deficiências renais ou hepáticas, diabetes, sinusite, problemas respiratórios e tonsilas (amígdalas) inflamadas.
O cigarro também é um importante causador de mau hálito. Alguns odores vêm do pulmão e chupar balas não vai removê-los. Odores de fumantes não são bucais. São exalados pelas vias aéreas.